Como se inicia o “Processo do Design Gráfico”
, by : Margareth Domingues
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Ao falarmos em “fazer design”, observamos que muitos conferem a essa tarefa, um papel simples de organização dos elementos visuais em uma página de forma ordenada e elegante.

Mas o processo de design é profundo e requer investigação, envolvendo pesquisas, amostragens, mídias, técnicas e abordagens metodológicas que nem sempre seguem processos lineares, uma vez que cada projeto tem suas próprias características e peculiaridades.

Ao se pensar um projeto, devemos ter em mente os objetivos que devemos alcançar, que muitas vezes, está estabelecido tão somente no “ato de atrair a atenção de usuários ou audiência para a peça a ser criada”, mas isso, é simplificar o processo e associá-lo tão somente à uma estética agradável, e pode não trazer ao cliente o real resultado esperado.

Temos que entender que um objetivo é o mesmo que “um resultado pretendido”, e é por isso que precisamos de um contato iterativo com o cliente, mantendo uma relação próxima e frequente, como uma grande parceria, para o entendimento do que chamamos de “problema” e ai sim, auxiliá-lo na construção de um objetivo que seja realista para sua necessidade.



Assim como qualquer projeto de qualquer natureza, o design se inicia a partir da problematização, isto é, se existe algo que precisa ser criado, há algum problema que deu origem à essa necessidade, e é a partir deste ponto que se inicia: as observações, pesquisas, amostragens, referências, estudos de campo e tantos outros itens que tem à ver com esse problema.

É comum que o cliente transmita o briefing com uma série de informações, mas sem muita profundidade. Nem sempre ele se baseou em pesquisas para escrever aquelas informações, especialmente quando a empresa é de médio ou pequeno porte. É ainda muito comum, que ele tenha uma noção até certo ponto limitada do problema, porque a visão dele está muito focada no produto e nos números que ele representa, e nós, designers, temos a oportunidade de analisar as informações estando “fora do problema” e com um olhar mais humanista, menos racional, mais livre de “preceitos estabelecidos”, que muitas vezes, impedem o cliente de enxergar aspectos que estão “na cara dele”.

Daí vem a necessidade de aprofundarmos as informações até que todas as questões estejam bem respondidas, e o problema tenha tal clareza, que nos permita iniciar a busca da solução.

Ai você deve estar se perguntando: – “para que serve então o briefing se ele pode não estar correto…”, e eu te respondo: “ele serve para te revelar oportunidades e definir limitações!”.

O briefing traz os objetivos e metas do projeto, as definições do público-alvo, dados organizacionais relevantes, aspectos importantes sobre os valores, significado, personalidade e identidade da marca e traz limitações de prazos e verba para a campanha.



É importante você saber, que as limitações do projeto como os prazos e custos, tem a capacidade de nos tornar mais criativos, sabia? – mas como assim professora? – é que quanto mais tempo temos para criar um projeto, mais divagamos, mais procrastinamos, mais temos dificuldade de fecharmos com uma ideia, e diante da necessidade de cumprirmos esta tarefa,  nos forçamos a manter o foco e tomar decisões. O mesmo acontece com os custos do projeto. Não adianta termos ideias mirabolantes se os custos não nos permitirem implementá-las, então ter o foco na verba também me ajudará a “queimar os miolos” para encontrar soluções criativas dentro do custo do cliente e do prazo definido.

Isso faz parte de um processo criativo que na verdade já está acontecendo desde o primeiro contato com o cliente, porque nossa mente incrível, vai criando sinapses enquanto estamos nos alimentando com a informação.

A informação age como um combustível que vai nos enchendo a mente de ideias soltas, que já podem, durante o processo de pesquisa, serem anotadas, desenhadas e esboçadas para uma maturação futura.

Gosto de dizer, que a levantamento de informações é como uma vitamina que vamos preparando. Nela podemos adicionar frutas, ervas, essências, líquidos e cada um desses elementos vai modificando o sabor. Usando esta analogia, cada nova informação vai dando o tempero ou o sabor necessário para que de fato nosso trabalho tenha consistência, relevância, solucione o problema e atenda aos anseios de nossos clientes.

E pra finalizar este artigo, quero te informar que nem sempre o sabor da vitamina estará de acordo com seu paladar, mas isso não importa, o projeto tem que estar de acordo com as necessidades do cliente e do mercado que ele atua. Não esqueça disso nunca!

Nos falamos em breve!

Autor: Margareth Domingues, Designer Gráfico, Mestre em Ciências da Comunicação, Professora universitária e apaixonada por essas duas profissões. Este conteúdo foi inspirado no livro “O processo do design gráfico”, dos autores: Nancy Skolos & Thomas Wedell

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